A TERAPIA OCUPACIONAL E O TDAH
Atividades que ajudam o paciente no seu dia a dia
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, mais conhecido como
TDAH, é caracterizado por desatenção, inquietude acentuada e impulsividade. É um
quadro relativamente freqüente sendo predominante em meninos.
Não há uma
causa definida para o TDAH, mas há alguns fatores que podem ser considerados
como a hereditariedade, traumas durante o parto, problemas intra-uterinos,
ingestão de substâncias tóxicas na gravidez, problemas familiares e
psico-sociais, anomalias físicas e alterações neuroquímicas
(Lewis,1995).
Todas as crianças, dependendo da faixa de desenvolvimento na
qual estas se encontram, podem apresentar ocasionalmente certa inquietude
exploratória, de descoberta a respeito do mundo ou uma reação temporária a um
evento vivenciado como estressante, por exemplo, mudança de casa, falecimento de
alguém importante para a criança. E isso não vai significar que a criança seja
portadora do TDAH.
Nas crianças com TDAH, os sintomas são mais graves e
abrangentes, estando presentes por, pelo menos, 06 meses, acarretando prejuízos
no funcionamento escolar, familiar e social, tendo iniciado antes dos 07 anos de
idade.
A dificuldade em manter a atenção que as crianças com TDAH apresentam
causam alterações nas áreas auditiva, visual e perceptivo-motora, acarretando
problemas na aquisição, retenção e explicitação de novos conhecimentos e
habilidades, coordenação motora global, relacionamentos interpessoais,
comunicação, linguagem, escrita, instabilidade emocional (irritabilidade, choro
fácil), ambidestria e não discriminação de situações de perigo. Possuem um
comportamento bastante incômodo e perturbador, com baixo rendimento escolar,
baixa auto-estima, distraem-se facilmente, nas brincadeiras com outras crianças
são impopulares, pois têm dificuldades em seguir regras, dificilmente terminam a
atividade iniciada mas, às vezes, comportam-se como crianças sem problemas,
conseguindo manter a atenção em atividades de seu interesse. Em gera, são as
crianças mais novas ou com dificuldades semelhantes que se dispõem a brincar com
crianças hipercinéticas.
O que pode ser desenvolvido pelo Terapeuta
Ocupacional junto à criança com TDAH?
A Terapia Ocupacional é um processo de
tratamento no qual o terapeuta utiliza a atividade como recurso técnico e está
habilitado para prescrever atividades e aplicá-las na busca de saúde, uma vez
que a atividade é seu objeto de estudo e análise.
Desta forma, o Terapeuta
Ocupacional propõe uma atuação ampla, oferecendo recursos para uma intervenção
física, psíquica, social e sensorial que podem ser: lúdicas, corporais,
artísticas, criação de objetos e conhecimentos, organização dos espaços e o
cuidado com o cotidiano, os cuidados pessoais, os passeios, as viagens, as
festas, as diversas formas produtivas, a vida cultural, entre outras.
Pois as
características apresentadas pelas crianças com o TDAH, como a agitação,
desatenção, impulsividade, emotividade e o baixo limiar a frustrações afetam a
integração das mesmas com todo o seu mundo social, seja ele na escola, em casa
ou na comunidade. O relacionamento com pais, professores e amigos, muitas vezes
é prejudicado devido ao comportamento inconstante e imprevisível, interferindo
no desenvolvimento pessoal e social da criança.
A criança quando brinca cria
e recria situações de desafios, satisfaz sua curiosidade e desenvolve um modo
pessoal de vivenciar seu sentimento de prazer, angústia, insegurança e medo. O
tratamento em terapia ocupacional tem por objetivo, oferecer um espaço protegido
e continente que a compreende e a auxilia durante todo o processo terapêutico a
atenuar os sintomas do TDAH como desatenção, a impulsividade, inquietação, baixa
auto-estima, aumentar as capacidades sociais, e prevenir futuros desajustes
sociais.
O atendimento em Terapia Ocupacional pode ser individual, em grupo,
domiciliar e acompa-nhamento terapêutico, além de orientações aos pais e
professores.
É importante lembrar que as crianças quando não são tratadas
têm maior probabilidade de apresentar depressão, ansiedade, com-portamentos
anti-sociais, transtorno obsessivo-compulsivo, isolamento social, abuso de
drogas e outros prejuízos na adolescência e vida adulta.